sábado, 26 de janeiro de 2013

Cidade e Host Institution - A adaptação


 Olá, meu povo!

Essa eu que tirei! Rá!
Depois da summer orientation vim direto para minha host institution já que não tive gap period. Minha sponsor pediu que eu chegasse aqui dia 17, sendo que minha orientação foi de 12 a 16 de agosto. Não tive nem um diazinho pra curtir. Só quando cheguei aqui descobri que as aulas só começariam mesmo no comecinho de setembro.

Algo importantíssimo: eu já tinha uma casa antes de chegar aqui. Tive sorte. A bibliotecária da universidade, outra querida, aluga a casa do lado da dela (em que já moravam dois americanos Curran, minha best e Jacob, que se mudou, dando lugar para a alemã Manuela). Minha sponsor me colocou em contato com a Martha e assinei o contrato antes de chegar. O aluguel inclui luz, TV a cabo, internet e faxineira uma vez por mês. Não moro no campus, mas não é longe.

Quintal dos fundos. Ache o esquilo!
Outros FLTAs não tiveram a mesma sorte. Um são obrigados a morar em alojamento, outros em casas fornecidas pela universidade, alguns decidiram procurar casa só quando chegaram aqui. Uma loucura. Uma, por exemplo, passou um bom aperto numa casa da universidade que não oferecia nenhuma segurança. É bom ler bem o TOA antes de vir.

Bom, minha sponsor me buscou no aeroporto, o que facilitou minha vida. Ela me levou pra comer e me trouxe pra casa. Conheci o marido da Martha que me deu as chaves e me explicou umas coisas. Eu estava cansadíssimo porque não tinha dormido na noite anterior (era o último dia da orientação, dormir pra quê? Nem pensar!).

Pizza do Aiello's. Yummy!

Cheguei, peguei minhas coisas, entrei no quarto e... comecei a chorar! Sim! Bateu o choque de realidade... vinham aí 9 longos (ou não) meses pela frente. Estava tão cansado (porque na orientação ninguém descansa) que dormir até as 22:00. Acordei, descobrir como chegar na Murray (rua principal com os restaurantes - que estavam quase todos fechados a essa hora) comi uma pizza e voltei a dormir até o dia seguinte.

Nessa semana e na seguinte só me habituei. Conheci as pessoas da universidade, a equipe toda. Pessoal muito simpático. De fato não tive problema com ninguém (o que é raro, devo avisar, a maioria dos FLTAs tem). O Luis, um brasileiro que trabalha na parte administrativa, me levou inclusive pra fazer compras no terceiro dia em que estava aqui. Foi ótimo para comprar roupa de cama, comida pra bastante tempo, sabão etc. Foi uma grande ajuda! Aos poucos a vida foi se acertando e logo as aulas iam começar.

Eu não tive que comprar tanta coisa, mas alguns FLTAs tiveram que comprar tudo. É sempre bom ter um dinheiro guardado para trazer. Assim que cheguei comprei um computador muito bom e um celular muito bom (coisas que no Brasil eu não compraria). São coisas importantes que iria usar muito, tanto aqui quanto no Brasil. Foi um dinheiro bem gasto. Ah! Roupas de frio também se compra aqui. Bem mais barato. Também queria ter dinheiro pra comprar uma câmera... faz falta, ficadica!


A cidade

Não é a minha casa,
mas poderia ser. Outono! :D


Já falei da cidade aqui, então não vou me repetir. Minhas impressões são boas. É uma cidade bem limpa e bonita. Ela é grande, mas tem um jeitinho de cidade do interior. Bastante segura e aconchegante. Porém, tem alguns problemas.



Esperando ônibus na Murray



Trasporte público: comparado a outras cidades americanas, é bom. Porém, pra quem é do Rio e está acostumado com ônibus toda hora, aqui o ônibus demora. Tem pouquíssimos. Perder um ônibus é sinônimo de muito atraso. Se neva, ferrou. Esses dias mesmo fiquei 2 horas esperando o ônibus porque estava nevando.

Em frente de casa


Clima: foi tranquilo até chegar janeiro. Só agora começou a fazer frio de verdade. Com as roupas apropriadas dá pra aguentar. O problema é o vento.

Comida: comer aqui em restaurantes parece barato à princípio, mas é bom estar atento. Além do preço da comida tem sempre a taxa e a gorjeta, então pode acabar ficando caro. Comprar carne e comida boa aqui sai caro. Barato mesmo, só as porcarias. Ah, mas dá pra encontrar coisas do Brasil pra comprar, o que é ótimo!


     

Eu, Chelsea e Curran @ Muvuca
Dia em que dormi
na casa alheia




Noite: existem opções. Bares em Southside ou Shadyside são legais. Existe também boates no strip, mas nunca fui. Sair aqui é sinônimo de voltar pra casa às 2 da manhã. Acho isso chato. E claro, ir embora é uma aventura... Na minha primeira noite aqui, saí sozinho e pensei em voltar pra casa de taxi. Só que não sabia que o número de taxis não é suficiente. Resultado: tive que dormir na casa de uma menina bêbada que tinha acabado de conhecer no bar porque não conseguia nem ligar pro taxi.
Heiz Hall


Cultura: a cidade tem um cultural district bem legal com teatros e restaurantes. Eu mesmo fui ver a Orquestra Sinfônica de Pittsburgh num teatro muito legal daqui. Claro que só fui lá para ver o Matthew Morrison, mas e daí? Sou culto!


A universidade, o trabalho e o estudo

A universidade é realmente linda. Tem uns prédios muito legais. Trabalho na catedral, que é o prédio mais fantástico. Tenho uma academia de graça muito bem equipada (nada de revezar em aparelhos) até com quadras de squash, piscina para natação (que nunca fui, rs) e restaurantes bons. Tenho vantagens como não pagar ônibus e ter um meal plan (pode-se comer num refeitório buffet ou em um dos restaurantes que aceitam - tem até Burger King! É fácil comer mal).

Eu e Curran estudando (e comendo)
na 'cafeteria'
Go panthers!
Loja cara

Alunos fazendo um programa de rádio em Português
A  minha carga de trabalho no primeiro semestre foi tranquila. Eu não dava aula. Tinha 4 office hours, 2h de writing center, 1h de bate-papo e às vezes tinha noite de cinema e reunião do club do Brasil. Raras vezes tive que substituir um professor. Gostava de ir às aulas da minha supervisora para aprender. Ela é SEN-SA-CIO-NAL. O pior são as matérias. Peguei duas: Queer Theory (que entra na categoria American Studies) e Human Sexuality. O povo aqui é LOUCO. É muito trabalho, response paper, presentation e o escambau. Duas matérias parecem quatro! As minhas matérias eram undergraduate e ainda assim a carga de leitura foi muito grande.

Fazendo festa com os alunos
Me encaixotaram!
Já nesse semestre em que estou dando aula de Português 4. Dá um pouco de trabalho (principalmente porque aqui usamos um livro horrível, então temos que preparar muita coisa por fora), mas o trabalho é gostoso e os alunos realmente falam Português! São uns fofos! Como matérias peguei apenas Francês e Italiano porque queria vida mansa. Contudo, alguns FLTAs tiveram que pegar matérias determinadas pela universidade. Nem todos os coordenadores são liberais assim.

Bom, por mais que eu achasse que já estivesse muito próximo da cultura americana, o choque cultural é grande. Os americanos são muito diferentes de nós. É como dizem, primeiro vem a fase de lua de mel em que tudo é perfeito, depois vem a fase de resmungar (em que ainda estou) e só então vem a fase em que você se adapta de verdade. Espero que ela chegue logo! rs!

Presente de até logo
Irmã grávida
É importante também estar preparado para tudo. Eu, por exemplo, jamais pensaria que quando estivesse aqui meu melhor amigo e minha tia iriam falecer. Ou que minha irmã engravidaria logo antes de eu vir e eu não acompanharia a gravidez ou veria meu sobrinho nascer. Mas acontece...

No próximo post, minha primeira viagem in the US.

See you later, alligator!






Chegada e Summer Orientation in Syracuse

Hello, everyone!

Fazia tempos que eu não postava, mas tentarei manter o blog atualizado. São muitos afazeres (e preguiça também).

Chegada 

Pobreza pega!
Minha chegada foi pelo aeroporto de Atlanta. O voo foi tranks, sem turbulência. Achei que a imigração seria demorada, mas foi mais rápida do que eu pensava (apesar da fila gigante). Alguns dos privilégios de ser Fulbrighter. Eles olham o tipo de visto e é isso.

O aeroporto é enorme e achei engraçado ter que pegar um metrô pra ir de um terminal a outro. Lá me separei da Larissa, com quem viajei, para seguir para Syracuse (e ela pra Stanford).



Summer orientation

A minha summer orientation foi em Syracuse, NY. A cidade não tem nada, vive pela universidade (que é bem bonita, como a maioria das universidades daqui). Essa primeira orientação serve para nos dar uma ideia do que nos espera. Temos palestras sobre a vida acadêmica aqui, como agir como professor, choque cultural, dicas para ensino de língua etc. Algumas partes dessas palestras podem ser extremamente chatas. O motivo: todos os brasileiros selecionados têm formação em língua e ensino e já são professores. Porém, muitas pessoas de outras línguas não dão aula e nem são formados em Letras. É assustador, eu sei.

Mas vamos às partes boas? É a melhor experiência da viagem toda. Quando cheguei, parecia que tinha vindo para os EUA apenas para participar dessa conferência e ir embora. É bem louco. Nos aproximamos mais deos brasileiros que fazem orientação com a gente (já que em Sampa não dá pra ter muito contato com todos) e começamos a conhecer os FLTAs de outros países - o que é FANTÁSTICO. Fiz amizades verdadeiras (cujos laços ficaram mais fortes em Washington D.C.). Para quem nunca veio aos EUA, assim como eu, é onde se tem as primeiras experiências e choques culturais. Um exemplo foi o meu almoço: um burrito no Chipotle. Estava delicioso, mas eu não consegui terminar de comer. Por que? Tão picante que eu chorava! Cheguei na metade e desisti! rs!

Laura, Mirwais, Gaby, Reena, Everaldo e Eu
Logo que cheguei, já conheci algumas pessoas (fora o Everaldo que é brasileiro e veio no mesmo avião que eu). Ficamos esperando o shuttle do hotel por horas. Eram muitas pessoas e por isso demorou. Pelo menos pude conhecer já algumas pessoas legais, descobrir de onde são e tudo mais.

Quanto às malas, tragam apenas uma. É mais do que suficiente! A Reena sofreu para puxar as suas duas malas. E mais: na hora de pegar o vôo para sua host institution, você é cobrado pela pelas malas pelo excesso de peso (dica: nos EUA tudo é pago). A grana que recebemos na orientação dá para pagar a taxa do aeroporto, mas o melhor é não pagar.

Larissa, Karininha e Dri

O nosso hotel foi o Sheraton. Perfeito! Camas maravilhosas, calefação ótima. Uma questão é ficar no quarto com um desconhecido de outro país. Pode ser ótimo, mas teve muito bolsista que queria arrancar os cabelos porque sempre tem aquela pessoa que quer acordar as 7 da manhã para usar o secador de cabelo ou aquele que demora cinco horas no banho. No meu caso, foi tranquilo. Meu roommate era um tailandês querido que se chamava nada mais, nada menos que Fuck. Essa foi a piada do ano!




Eu, Dri, Ka, Everaldo, Raneen e Katie
Primeiro dia

O primeiro dia é basicamente para chegarmos e nos acomodarmos. É uma socialização. Temos à noite uma recepção de boas-vindas. Nada formal. Comemos, bebemos e a Margot (responsável pela orientação) fala alguma coisa. Acredito que seja mais para que os FLTAs se conheçam e interajam.






Kamel, Fanny, Katie, Cécile e Lisa. Ao fundo Laura,
Josué e Dominique

Já no primeiro dia fui para o bar do hotel. A draft beer Syracuse é ótima. Aliás, já no primeiro dia fomos expulsos do bar porque tudo aqui fecha cedo. Aliás, aprendendo as primeiras lições: tudo aqui fecha às 2:00. O bar do hotel ainda mais cedo. Também aprendi que podemos abrir uma tab para poder não precisar dar gorjeta toda vez que comprar uma cerveja. Ah, sim, a gorjeta. Um inferno, mas temos que nos adaptar. Ao lado, algumas das coisas mais queridas do mundo com quem eu me diverti à beça nessa orientação.



Mal cheguei e já descobri o que era um café da manhã tipicamente americano. O café da manhã do hotel era genial! Tinha breakfast potatoes, eggs, sausage, bacon, french toast e mais um monte de coisas doces que eu não comia, como muffins (de blueberry é especial), pancakes e outras coisas. É gorduroso, eu sei, mas vale muito a pena. E, claro, parece muita coisa, mas o almoço aqui é sanduíche ou pizza, então é bom tomar um café da manhã reforçado para aguentar o dia intenso.


Palestras


Eu, Dri, La, Ka e Ahmed
Ka, Dri, Crista, La e eu
Olha teve muita palestra chata, viu? Mas vamos das a Cesar o que é de Cesar, teve coisa legal também. Algumas 'palestras' foram com mentoras (como a Crista, ao lado) e outras com pessoas convidadas. Teve uma palestra sobre assédio sexual que deixou todos de cabelo em pé (e com medo de encostar em outras pessoas).

As que eu mais gostei foram com as mentoras. Uma foi nos grupos específicos (Português e Espanhol). Tudo bem que o cara falou mais direcionado para Espanhol, mas foi interessante ter a visão de um profissional que ensina uma língua latina. Também teve uma interessante com a minha mentora (Jessica) que falou sobre choques culturais e o comportamento americano. O melhor de tudo foi um handout que nos deram com casos reais de FLTAs que tiveram problemas no passado. Uma delas era 'Amanda', que teve problemas por não tomar banho e não trocar de roupa (e consequentemente feder). Foi a menina mais comentada da orientação! :D

Saídas


Aris, Hady, eu, Ka, (M)Elba, Josué e não sei, rs!
Patinar no gelo foi uma das coisas mais legais que fizemos. A pista de hockey da universidade é ótima. Foi minha primeira vez. Perdi a virgindade várias vezes nessa orientação, rs! Eu já andava de roller, então patinar no gelo não foi difícil. I'm a natural, rs! Porém, para aqueles que têm mais dificuldade de se equilibrar existem os andadores (como esse azul que vocês podem ver nas mãos dessa menina de véu). Não acho que ajude a aprender, mas pelo menos dá mais segurança. Muitos foram os tombos e as risadas! Na foto temos Aris (a mentora mais legal!) e abraçado comigo está o Hady (apelidado maliciosamente de 'a mistura do Brasil com Egito' - inshallah!). E Rachid de Robert!


Duas noites tivemos que jantar fora (às custas da Fulbright, lógico). Tínhamos a opção de escolher comida chinesa ou indiana. Cada dia fui em uma. A chinesa estava boa, mas a indiana estava melhor (era buffet, podia comer o quanto quisesse). Foram boas oportunidades de nos aproximarmos. Na foto, o pateta que a Larissa comprou na loja da Disney. Pura paixão! (Bom lembrar que no ônibus os brasileiros foram dos fundo foram os mais odiados - barulhentos e cantores! rs!)



Helena: 'oi, gato. Qual o seu
número de telefone?'
Larissa, Kamel, eu e Marion
Também fomos a um shopping (a bolsa da Fulbright me rendeu 'parabéns' da lojista) e a um jardim de rosas famoso na cidade. Estaria mais bonito se fosse primavera e as rosas estivessem lá de verdade. Não foi o caso.




Micro-teaching


Omã (rs!), Samah <3, Jessica, Lucia, Kikelomo, Rachid, Lisa,
eu, Wen, Katie e Kamel.
Esse foi o terror da maioria. Em algumas orientações, tivemos que dar uma miniaula de 5 ou 10 minutos, dependendo da orientação. A minha acho que foi de 10 minutos. Fomos divididos em grupos de 10. Eu fui o último a fazer. No final das apresentações, tínhamos que assistir às aulas e escrever nossa opinião, pelo menos uma crítica e um elogio. A nossa mentora, Jessica Bowes, também falou. Acho que foi uma experiência interessante me ver dando aula. Achei útil!

Situação engraçada: estava eu ensinando os greetins em Português e apertei a mão das pessoas para que elas entendessem o que estava fazendo. Fui apertar a mão da menina da esquerda, que é do Omã, e recebo aquela resposta: "sorry, but I don't touch men." Já fui aprendendo daí que o toque tem outros significados em outras culturas. Depois ela até veio conversar comigo e explicar, não que ela precisasse, mas foi uma querida.

No final, a única crítica que recebi foi para tomar cuidado com a escrita cursiva. Claro, algumas pessoas ali escreviam em Árabe e Chinês. Ainda bem que só dou aula para americanos! rs!

Talent Show

A última noite foi reservada para um jantar com show de talentos. Os países que haviam se inscrito poderiam apresentar. Claro que o Brasil quis apresentar algo legal. Teve gente que dançou, que cantou... foi divertido!



Decidimos então fazer um workshop de samba. Como éramos cinco, dividimos o pessoal em cinco grupos. Começamos com um pagodinho leve e depois um samba mais rápido (do filme Rio). As pessoas curtiram.




Brasil e Argélia
Mercosul
Tivemos outras apresentações legais. Uma das que mais gostei foi a da Irlanda. Eles cantaram uma música linda em Irlandês. Também gostei muito da Síria e da Jordânia com dancinhas divertidas. Sem contar a dança medieval da belga Paulien. Foi sensacional!